Morrer é fácil, amar é que é difícil…

Rainha do drama e a melhor em desperdiçar o tempo com preocupações inúteis. Acho que é mal de espécie o fato de todos nós humanos termos  a capacidade nata de não saber reconhecer o que realmente importa. É clichê, porém é também um fato que só reconhecemos o valor das coisas quando as perdemos, ou no caso de agora, quando chega uma reflexão em formato de luva de box e acerta num golpe a boca do estômago.

Assisti um filme lindo essa noite, Inquietos, e achei a mensagem excelente. Me fez pensar muito e principalmente no quanto nossa vida é curta, no quão parecidos a grãos de areia somos se comparados ao tempo geológico, e sendo assim, no quanto é curto o espaço de tempo que temos para fazer com que nossas vidas se justifiquem. E para isso não podemos pensar e agir como se fôssemos eternos, porém quem sabe pensar que morrer não é nada se antes disso soubermos dar importância ao que importa.

Mas nós enquanto humanos tão mais evoluídos, conseguimos nos equiparar a ouriços, afastando as oportunidades com nossos espinhos de orgulho e prepotência, enquanto deveríamos baixar nossa guarda, perdermos nosso medo de revelar quem somos no mais íntimo escondido. Mesmo amando, temos medo de amar e nos deixar ser amados. Mesmo sentindo, preferimos sufocar as palavras dentro do peito e arrumar outra coisa para distrair nossa atenção. Mesmo não sendo eternos, conseguimos agir como se tivéssemos todo o tempo do mundo e acabamos não fazendo nada, não deixando nada, sendo apenas agulhas no palheiro desses 4,5 bilhões de anos do planeta. Nós humanos e tão sábios, ainda achamos dificuldades para encontrar o que enfim justificará nossa existência.

“Não há diferença no que estamos fazendo aqui
Que não apareçam como sintomas maiores lá fora
Então por que gastar nosso tempo vestindo nossas bandagens
Quando temos a chave fundamental para a causa aqui mesmo, dentro de nós?

Olhe nós formando nossas facções em nossa caixa de areia
Olhe nós microcrianças com nossos corações bloqueados
Olhe nós dando as costas a todos os pontos ásperos
Olhe ditadura no meu próprio quarteirão”
Alanis Morissette – Underneath

* O título saiu de uma frase do filme “Inquietos”.

As velharias musicais que eu ainda amo!

Parece que os anos 90 foram ontem com todos aqueles pagodes horrendos que faziam o maior sucesso e também com bandas de rock que enlouqueciam a cabeça dos jovens. Quem é que não se lembra do Só pra Contrariar, do Molejo, Alexandre Pires e todas essas coisas bizarras que lideravam a audiência televisiva e as vendas de disco? Titanic era o filme mais comentado e Celine Dion não parava de tocar nas rádios, além disso, a Mariah Carey ainda cantava, não tinha peitões e desfilava com aquele cabelo de poodle que valia por uns dez cachorros! Para as crianças o que fazia sucesso era Sandy & Junior, KLB, Xuxa e pra detonar o que já não era lá muito bom, o É o Tchan! Apesar de tudo, os anos 90 e aquelas cores esquisitas, aquela moda do moletom e dos cabelos mais sem graça possíveis, até hoje traz recordações e artistas que fariam bem a 2011 e seu rock bunda-mole. Então, vamos parar de falar da parte cômica dos anos 90 e falar do que interessa, o rock baby!

 Os anos grunge, com bandas geralmente nascidas em Seattle para as rádios de todo mundo e a MTV! A mais conhecida e bem sucedida era o Nirvana de Kurt Cobain, Krist Novoselic e Dave Grohl, que tinha uma atitude de palco incrível e empolgante, com as letras cheias de profundidade e significados.

E o Pearl Jam de Eddie Vedder, que em paralelo ao sucesso do Nirvana, levantava multidões de garotos se divertindo em seus moshes e rodas punk.

Além do Nirvana, faziam sucesso também Soundgarden, o Hole, o Silverchair e o Creed.

Já no cenário pop rock, a grande revelação foi a Alanis Morissette, com letras incisivas, os cabelos jogados ao vento, a sinceridade. E ela continua na ativa até hoje, talvez menos presente na grande mídia, mas com trabalhos de excelente qualidade.

Outra banda, que surgiu nos anos 80 mas que fez muito sucesso nos 90 foi o U2 com Bono Vox, senhor do ativismo politicamente correto que apesar de fazer boas músicas, me irrita um bocado.

E falando dos irlandeses, não poderia faltar o Cranberries, com músicas que até hoje ouço sempre e gosto muito.

Já no cenário nacional, muita coisa boa fazia sucesso. Foi época de consagração para bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, Skank, Capital Inicial, Ira!, Ultrage a Rigor, e o nascimento de outras que revolucionaram o que vinha sendo feito na música. O Raimundos com suas letras proibidas para menores de idade,  não parava de tocar nas rádios e os clipes eram sempre os mais pedidos na MTV.

O Charlie Brown Jr., com Chorão na liderança, os garotos de Santos e o Skate:

O CPM22 trazendo ao Brasil o Hardcore Melódico, com Badauí nos vocais e o famoso baterista Japinha, que arrancava suspiros das fãs.

E pra terminar com chave de ouro (ou não):