Rainha do drama e a melhor em desperdiçar o tempo com preocupações inúteis. Acho que é mal de espécie o fato de todos nós humanos termos a capacidade nata de não saber reconhecer o que realmente importa. É clichê, porém é também um fato que só reconhecemos o valor das coisas quando as perdemos, ou no caso de agora, quando chega uma reflexão em formato de luva de box e acerta num golpe a boca do estômago.
Assisti um filme lindo essa noite, Inquietos, e achei a mensagem excelente. Me fez pensar muito e principalmente no quanto nossa vida é curta, no quão parecidos a grãos de areia somos se comparados ao tempo geológico, e sendo assim, no quanto é curto o espaço de tempo que temos para fazer com que nossas vidas se justifiquem. E para isso não podemos pensar e agir como se fôssemos eternos, porém quem sabe pensar que morrer não é nada se antes disso soubermos dar importância ao que importa.
Mas nós enquanto humanos tão mais evoluídos, conseguimos nos equiparar a ouriços, afastando as oportunidades com nossos espinhos de orgulho e prepotência, enquanto deveríamos baixar nossa guarda, perdermos nosso medo de revelar quem somos no mais íntimo escondido. Mesmo amando, temos medo de amar e nos deixar ser amados. Mesmo sentindo, preferimos sufocar as palavras dentro do peito e arrumar outra coisa para distrair nossa atenção. Mesmo não sendo eternos, conseguimos agir como se tivéssemos todo o tempo do mundo e acabamos não fazendo nada, não deixando nada, sendo apenas agulhas no palheiro desses 4,5 bilhões de anos do planeta. Nós humanos e tão sábios, ainda achamos dificuldades para encontrar o que enfim justificará nossa existência.
* O título saiu de uma frase do filme “Inquietos”.